Veja alguns dos princípios da homeopatia e a sua origem

A Homeopatia aborda uma visão holística do doente, tendo como foco a saúde como um todo, o bem-estar geral ou a energia vital, que engloba a saúde física, mental e emocional. 

As palavras Homeo (semelhante) + Pathos (doença) estão na origem do significado desta terapêutica. 

Tem base na Semiologia homeopática, que estabelece um diagnóstico baseado em sinais físicos, psíquicos, mentais e sociais, evidenciados pelo paciente, sendo portanto da sua responsabilidade o fornecimento de informações ao médico, para que possa encontrar um tratamento adequado ao seu organismo.

É uma terapia complementar que pode ser integrada na medicina tradicional e não deve substituir a necessidade de intervenção ou qualquer medicamento recomendado por um profissional de saúde.

Os quatro princípios fundamentais pela qual a homeopatia se rege são:

– Princípio dos semelhantes (“A cura do semelhante pelo semelhante”), é o principal pilar. Segue o conceito de que as substâncias que têm capacidade para desenvolver sintomas e perturbações no organismo, podem ser utilizadas para as curar. 

– Princípio da experimentação: Usar o tratamento para ser testado em pessoas saudáveis e verificar se estas sentem sintomas semelhantes aos dos doentes. Caso isso se verifique, poderia ser utilizado na cura.

– Princípio das doses mínimas ou Infinitesimalidade: Diluir as substâncias causadoras de doenças ao máximo, para potenciar a sua ação. Acredita-se que quanto mais reduzida for a quantidade dessa substância, mais potente será o remédio, e consequentemente uma ação mais eficaz e maior poder de cura. Para que a doença seja usada como cura, deve ser usada sob uma forma ínfima, diluída.

– Princípio do remédio único: Este princípio enfrenta uma dualidade de conceitos ou crenças, que, por um lado, acredita-se que um remédio serve um todo ou então que a combinação de vários remédios é mais benéfico. Um tratamento para vários sintomas, tratar o todo, que pode ao longo do tempo, sofrer alterações consoante a evolução do paciente.

A homeopatia acredita que os sintomas são um reflexo do desequilíbrio do organismo e que os sintomas não se limitam ao local onde são sentidos, mas sim são a expressão de vários desequilíbrios do organismo. O objectivo é restaurar esse equilíbrio através do estímulo das defesas do corpo. Não se baseia em princípios químicos ou fisiológicos.

Os medicamentos homeopáticos são procurados como uma alternativa à medicina tradicional para tratar sintomas leves ou doenças facilmente tratáveis, no entanto é necessário ter em atenção a gravidade das mesmas e não desvalorizar sintomas a fim de agravar a situação.

Os medicamentos homeopáticos podem ser utilizados para aliviar ou tratar constipações, má disposição, alívio da dor no aparecimento dos primeiros dentes, alergias e sinusite, eczema, psoríase, urticária, retenção de líquidos, fibromialgia, vertigens, síndrome pré-menstrual, febre, vómitos ou diarreia, entre muitas outras. Serve como tratamento complementar de outras doenças de forma a atenuar sintomas e ajudar na recuperação pós-operatória. O tratamento homeopático poderá também ser indicado no apoio do tratamento da depressão, em conjunto com terapias através de um profissional de saúde, como a psicoterapia.

Os tratamentos oferecem soluções eficazes a curto prazo e são sentidos em poucas semanas, até mesmo em casos crónicos. Em pouco tempo, os doentes começam a sentir alívio ou redução de sintomas, mesmo aqueles em que se encontravam em tratamentos mais invasivos.

Estes medicamentos devem ser sempre prescritos, de acordo com o historial clínico de cada paciente, tendo sempre em conta a medicina tradicional. Um médico homeopata aconselha e escolhe o melhor medicamento para o paciente em conformidade com a medicina convencional. No entanto não devem ser considerados como solução única para emergências ou casos agudos. A homeopatia não substitui a medicina tradicional, como no caso de tratamentos mais específicos e que sejam essenciais para a cura de uma doença. Poderá, no entanto, ajudar a reduzir e aliviar efeitos secundários de tratamentos, reduzir sintomas físicos e psíquicos, apoiar na superação e melhorar a qualidade de vida do paciente.

A OMS define o exercício da homeopatia através da  lei de enquadramento base das Terapêuticas Não Convencionais (Lei n.º 45/2003) e reconhece a actividade da homeopatia e dos profissionais que exercem estas terapias.

A homeopatia é considerada uma terapia integrante da medicina e pode ser usada em tratamentos, como complemento, pelos profissionais de saúde, como médicos e aconselhadas por farmacêuticos. A sua versatilidade faz com que exista grande compatibilidade com outros tratamentos, potenciando assim, a cura. Não é conhecida uma restrição na toma de medicamentos homeopáticos em conjunto com outros medicamentos.

Os medicamentos homeopáticos são extraídos de fonte animal, vegetal, mineral, e de origem bioquímica e sintética. Oferecem uma baixa probabilidade de toxicidade. Alguns destes medicamentos têm, também, por base a fitoterapia. 

A homeopatia não tem como objectivo substituir a medicina convencional, mas sim contribuir para o bem-estar e equilíbrio do organismo. Pretende aliviar e curar sintomas e devolver equilíbrio energético ao organismo. 

Cada paciente tem uma fórmula desenhada para a sua situação e para as suas condições, assim como cada indivíduo possui características únicas e os medicamentos não devem ser partilhados, mesmo que a outra pessoa tenha os mesmos sintomas. Porque a homeopatia não considera a doença, mas sim o doente, uma vez que pretende tratar o organismo como um todo e não apenas um sintoma ou órgão. Cada organismo é diferente e reage de maneira diferente. 

Os medicamentos homeopáticos são seguros, no entanto devem ser aconselhados por um médico ou profissional de saúde, à semelhança de qualquer outro medicamento . Portanto, a automedicação é desaconselhada, de forma a evitar riscos e a que seja feito um acompanhamento especializado.

Os medicamentos homeopáticos existem sob a forma de comprimidos, gotas, pomadas, nebulizadores, xaropes, e o mais frequente, pequenas bolinhas brancas que se colocam debaixo da língua.